quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dicas para escolher e contratar a oficina mecânica sem ser enganado


Histórias não faltam de pessoas que precisaram consertar o carro e depois descobriram que foram lesadas pela oficina. Peças que não precisariam mas foram trocadas, itens com preço de original que na realidade não eram, valores fora do padrão, e por aí a lista segue. Para evitar esse tipo de situação, o Procon de São Paulo dá dicas de como escolher a oficina mecânica e o que fazer para se resguardar contra picaretas.
A primeira orientação é procurar uma empresa a partir da indicação de conhecidos que já tenham utilizado os serviços e estejam satisfeitos. O cliente novo deve visitar o lugar, verificando se o estabelecimento é organizado e se tem ferramentas e equipamentos básicos. Além disso, quem vai contratar a oficina deve pesquisar preços e qualidade.
Foi o que a estudante Poliana Ribeiro, dona de um VW Fusca, fez quando precisou levá-lo ao mecânico pela primeira vez. Ela recebeu uma indicação da tia e visitou outros dois lugares. "Mas nao gostei do atendimento nem do preço, por isso optei pela que minha tia sugeriu", conta. Satisfeita com o serviço feito em Ismael, nome do carro ano 1975, Poliana passou a utilizar sempre a mesma oficina. "E eles aceitam cartão de crédito", completa.
Orçamento 
O Procon recomenda que antes de contratar a execução do conserto, o cliente peça um orçamento formal. Nele vêm listados os serviços que precisam ser executados, as peças com defeito e os valores de cada item, incluindo a mão-de-obra. O documento serve para que o motorista saiba quanto vai gastar, e também para que a oficina não cobre, no final, por peças ou consertos que não faziam parte do contratado.
Para Alessandra Félix, editora do site Não, não para, o orçamento tem ainda outra função: comparar o que cada mecânico diz que precisa ser feito e certificar-se de que ninguém está sugerindo a troca de nada que não seja essencial. "O que faço e que sempre dá certo é ir em três oficinas, anotar os preços e o que cada um delas diz que precisa ser mudado", conta a dona de um Astra 2008.
Peças originais Outro cuidado que Alessandra tem e que está na lista de dicas do Procon é comprar as peças que precisam trocadas, em vez de deixar isso a cargo da oficina e só pagar tudo junto no final. "Eu mesma vou na loja de autopeças e compro os itens originais, pra não correr o risco de colocarem peças de segunda linha", justifica a editora. Além disso, o serviço de Proteção e Defesa do Consumidor alerta que, quando é a oficina que adquire as peças, elas em geral têm valor mais alto do que se o cliente fizer a compra.
Quem preferir deixar a cargo do mecânico comprar o que é necessário, deve deixar claro se quer itens originais e novos - de acordo com o Artigo 21 do Código de Defesa do Consumidor, se o cliente não fala nada a respeito as peças devem ser originais. Se o dono do veículo aceitar o uso de itens recondicionados, deverá deixar uma autorização por escrito com a oficina.
Em ambos os casos, o Procon recomenda que, ao final do serviço, o cliente exija as peças antigas de volta - uma forma de certificar-se de que elas foram realmente trocadas, e de que não serão vendidas a outro consumidor.
Autorizadas 
O Procon alerta, ainda, que alguns carros importados e alguns equipamentos, como injeção eletrônica, só devem ser consertados por oficinas especializadas. Para esse tipo de serviço, Alessandra realmente prefere levar o Chevrolet Astra na autorizada. "Mas tem que ser coisa grave, como câmbio automático", esclarece.
Já a jornalista Renuska Celidônio leva seu Ford Ka 2009 sempre na oficina da fábrica. "Não entendo de carro, não saberia o que precisa ser feito nem em que tipo de oficina levá-lo", explica.
Mulheres Para Alessandra, as mulheres devem ter um cuidado especial quanto a oficinas. "Ainda existe o preconceito de que mulheres não entendem nada de carros e por isso podem ser exploradas ou enganadas", argumenta. Ela mesma já passou por duas situações, de troca desnecessária de peças e de preços mais altos que o normal, só por ser mulher. Mas hoje, como entende um pouco sobre o funcionamento do veículo, diz que é tranquilo.
"Na pior das hipoteses sei interpretar os barulhos e o que vai precisar ser verificado quando eles aparecem", explica Alessandra, que costuma viajar de carro e relata suas aventuras no Viagem a Dois, blog sobre viagens de carro. Segundo ela, o conhecimento de mecânica vem da lida com carros como Opala e Fusca, dos quais já foi proprietária, além do Apollo 1992, que tem hoje, herança do avô. "Quem tem e gosta desses tipos de carro não têm como não saber como funciona um motor", continua.
Garantia de 90 dias Todos os serviços realizados pela oficina, de acordo com o Procon, têm garantia de 90 dias, independente do que o estabelecimento diga. Se o serviço não estiver de acordo, a oficina é obrigada a refazê-lo gratuitamente, devolver o dinheiro, ou devolver a diferença de valor entre o que foi contratado e o que acabou sendo executado.
Para ter direito a garantia, o serviço de Proteção e Defesa do Consumidor alerta que é necessário pedir a nota fiscal. O documento traz a lista de consertos realizados e de peças trocadas, além dos valores correspondentes. Sem ele, não há como cobrar legalmente quando há algum problema.
Outras recomendações - Verifique se a oficina cobra ou não para fazer o orçamento antes de solicitá-lo;
- Se estiver na dúvida quanto à idoneidade da empresa, ligue e consulte o banco de dados do Procon;
- Quando deixar o carro na oficina, solicite um documento relatando as condições gerais do veículo, fazendo constar também a quilometragem e o nível de combustível;
- Antes de retirar o automóvel da oficina, verifique se ele se encontra nas mesmas condições em que foi deixado, checando se não há arranhões, amassados ou outros estragos;
- Se o conserto solicitado for de funilaria, observe o reparo à luz do dia;
- Se o problema era mecânico, dê algumas voltas na quadra para garantir que a questão foi sanada;
- Observe se tudo o que foi contratado foi, de fato, realizado, e só retire o carro se estiver tudo de acordo;
- Se a oficina não executou todos os serviços, recuse-se a levar o veículo e faça um documento explicando os motivos de sua recusa - e não esqueça de fazer o dono do estabelecimento assinar o papel, dando ciência das razões;
- Se não houver acordo com a oficina, registre boletim de ocorrência na delegacia de polícia mais próxima;
- Em caso de dúvidas, procure o Procon pelo telefone ou pessoalmente.

Fonte: http://goo.gl/WT4UJR

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